29 de julho de 2011

Reabilitação


Ela está tentando se reerguer
Depois da última overdose
Consumiu a vida em excesso
E vida em excesso é droga pesada
Morte anunciada

Misturou álcool, amor e ódio
Tudo no mesmo copo
E depois de vários cigarros
Vários tragos de desesperança
Viu sua alma evaporar feito fumaça
É assim toda vez que a tristeza a abraça
E a seduz como um vício sem cura.

[Anderson Lopes]

Amy Winehouse - Love is a Losing Game

28 de julho de 2011

Anestesia

Álcool, cigarros e poesia
O vício me anestesia
E a falta do teu amor não me dói
Mas sempre chega o dia
A ressaca
As cinzas
E as palavras de agonia
São registros de uma noite vazia
O meu corpo se esfria
E a necessidade do teu calor
Faz doer até a alma
Aí vem o vício e me acalma
E o meu coração para
De bater por você

[Dan S. John]

Lógica Alcoólica

Confesso, eu sou um desastre
E longe de você eu vou de mal a pior
E como um kamikaze
Lanço-me em queda livre e retorno ao pó

Corre álcool em minhas veias
Já que você sugou todo o meu sangue
Tenho um coração embriagado
Uma garrafa de vodka pulsante

Eu sou apenas um bêbado solitário
E você o meu delírio constante
Perco-me na minha lógica alcoólica]
Consumindo aos goles o seu amor viciante.

[Dan S. John]

27 de julho de 2011

Volto Para o Meu Luto


Volto outra vez para o meu luto
Tiro o seu branco e visto o meu escuro
Volto outra vez a ser sozinho
Bicho acuado e sem carinho

Volto a te ver daqui da jaula
Volto a sentir a sua falta
Volto a querer morrer de tédio
Volto a consumir os meus remédios

Você morreu para mim
E levou a minha vida para o túmulo
Rosas vermelhas enfeitam o seu caixão
Na tentativa de colorir o meu mundo

Luto
Volto para o meu luto
E não luto contra a minha sina

Luto
Volto para o meu luto
Volto para o lado negro da vida

[Dan S. John, ouvindo Back To Black de Amy Winehouse]

Em Outros Vícios

Venha ver eu me destruindo
Talvez há algum pedaço meu que te sirva de adereço
Venha dizer que eu mereço
Um fim trágico assim

Venha ver eu ser rejeitado no céu
E ser condenado a viver mil anos sem amor
Venha vingar a sua dor
E todo o mal que eu te causei

Venha ver o inferno que você me desejou
Nele há tudo de ti que eu não gosto
Venha ver eu tentando me achar em outros vícios
E me evaporar sem deixar vestígios

Venha andar sobre os destroços de mim
E erguer o meu coração ferido
Como um troféu.

[Anderson Lopes]

25 de julho de 2011

Quando o Baseado Acaba

É quando o sol brilha na manhã cinzenta
Que eu percebo o quão dele eu preciso
A noite tem feito estragos
E eu insisto em estar vivo

Quando o baseado acaba
A sobriedade é o mais terrível castigo
A minha alma trepa com o meu corpo
Sussurrando obscenidades em meu ouvido

Eu sinto o meu peso sobre o piso
E a dor da certeza de que eu existo
Oh, eu existo!

[Dan S. John ]

Guerra Pagã

Ela é a minha mulher de Atenas
Tão pequena e tão frágil
Num trago torna-se grande e ágil
Lutando ao lado do seu homem
Numa guerra pagã

Ela é a minha Helena
E toda noite foge comigo
Dois bêbados em busca de prazer e perigo
A procura de quem nos afronte
Numa guerra pagã.

[Dan S. John]

Você Sabia Que Eu Não Presto

Eu disse que eu não presto
Que não tenho casa
Portanto não tenho hora para chegar
Em nenhum lugar

Você sabia que eu fumo
Que costumo encher a cara
E que não sou capaz de amar
Estando num balcão de um bar

Eu trituro a minha vida
Para consumi-la em pó
Oh, baby, eu não sou erva que se cheire
Sou pedra quebrando tudo ao meu redor

Eu vou te levar para o poço
Fuja de mim antes que eu te envolva na minha teia de desgraças
Oh, baby, você sabia que eu não presto
Volte para os seus pais e me deixe só com minha cachaça.

[Dan S. John]