Meus dias caminham lentamente
Como pés cansados que vagam pela casa
Como o ponteiro do relógio que aos poucos para
Compreendendo o esgotamento da pilha
Os meus dias
São olhos de noites mal dormidas
Olhos condenados a ver a vida
Enquanto todos dormem...
Anderson lopes
Imagem: site Deviantart
Meu querido poeta Anderson, parece que andou vivendo meus dias, acho que este é o dom dos poetas universais, poetisam, e nós pobres mortais ingerimos e digerimos tuas palavras poéticas...uma leve sensção de que embora se arrastem os dias de minha vida, ao mesmo tempo estou sempre caindo numa manhã, e tendo de repetir o ritual do dia a dia, ir vivendo, vivendo...mesmo na noite cujo sono me vem a pedido de um remédio, então nunca se tem boa noite de sono com remédios...mas meu único medo é cansar e desistir, assim, tenho medo de acordar um dia pela manhã e não querer viver mais, por isso preciso de poesia, como as que encontro aqui, meu poeta amigo.
ResponderExcluirps. Meu carimnho meu respeito e meu abraço.
Anderson, noites melhores virão.
ResponderExcluirGostei do poema.
Beijo!
amo temas noturnos.
ResponderExcluire nas suas palavras sempre me agradam.
lembrei de um poeminha meu - o mundo, a noite, e eu:
"(...) mas meu coração - estrela -/debruça-se taciturno/ no estreito parapeito do mundo..."
abraço
eu comecei a ler seus poemas em silencio e me dei conta que foram feitos para ser lidos em voz alta, com um determinado tipo de tempo e pausa entre os versos... a poesia medieval é quase sempre pública; é no romantismo que tudo se atomiza mas há os desvios interessantes, os que habitam esses dois mundos: de silencio e (de som e fúria) e se sentiam encarcerados muito menos pela realidade mas do que pela falta de imaginação que os rodeiam; gostei muito do seu poema
ResponderExcluir"Meus dias caminham lentamente
Como pés cansados que vagam pela casa
Como o ponteiro do relógio que aos poucos para
Compreendendo o esgotamento da pilha
Os meus dias
São olhos de noites mal dormidas
Olhos condenados a ver a vida
Enquanto todos dormem..."
é um poema que remete por dentro do poeta tempos arcaicos, ele não foi feito só da sua atualidade... tem sem o equívoco de pensar que estar a falar só de si mesmo mas curiosamente esse equívoco (equi vocce) são o sintomas das vozes iguais que estão dormindo... os que prontamente levam seu poema tão somente às suas vidas
Holderlin escreveu Lebenslauf [Curso da Vida - trans. ramonlvdiaz]
Tu também foste um sonhador pelos tamanhos
Mas o amor nos curva a todos em sua régia.
A dor nos pende, inclina ainda mais o arco
Que não regressa em vão ao ponto de origem .
Subir. Descer. Que importa?!
Na noite sacra em que a natureza em silêncio
Planeja o devir - e até infernos impossíveis,
Não haverá algo que aconteça reto e defronte?
Isso é que aprendi. Perante a minha visão,
De tantos deuses imortais enquanto mestres
Da vida que sequer nos levam a lugar algum.
Os deuses apontando caminhos para o homem
Dizem ao homem que cabe qualquer experiência
E fortalecido abençoe a liberdade com os próprios passos.
um abraço
belo noturno!
ResponderExcluirÉ seu, mas é para mim. A poesia se estende e se encaixa em peitos além.
ResponderExcluirAlgumas vezes tenho a impressão de que os meus dias passam rápido, e que meu corpo não é capaz de acompanhá-lo...
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