18 de dezembro de 2011

Quatro Anos

Eu saio marcado
Como um animal que você adestrou por esses anos
E agora, sem sonhos, sem planos
Eu ando cambaleante
Por entre esquinas da cidade delirante
Com a insegurança de quem sai da prisão
E tem a liberdade como única conhecida

O céu não é o mesmo de quatro anos atrás
Os pássaros ganharam penas e asas novas
E as minhas velhas asas são provas
De que da vida eu estive ausente
E agora eu a encaro novamente
Com a estranheza de um cego que recupera a visão
E liberta da escuridão a sua alma aflita.

Anderson Lopes

Um comentário:

  1. cara, também já passei quatro anos nessa prisão, e a liberdade depois desses quatros anos foi primorosamente descrita nesses versos. de primeira.

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