20 de abril de 2014

Delgadina


*Delgadina
Puta imaculada
És para as minhas retinas
A luz ao findar da estrada
Onde eu arrasto a minha cruz

Ah, Delgadina
Dorme o teu sono profundo
Enquanto na nudez do teu corpo eu desenho um mundo
Onde o amor nos mantém acordados
Vidrados
No sexo um do outro

Pouco ainda tenho de mim
Do meu corpo só me resta esta alma
Que ainda tem anseios de menino
E te chama Delgadina
Para com ela fazer malcriações

Dorme minha menina
O teu sono passivo de santa
Os teus sonhos confusos de puta
E deixe a vida por minha conta...

[Anderson Lopes]



*Inspirado no Livro Memória de Minhas Putas Tristes, Gabriel Garcia Marques