4 de dezembro de 2012
Nova Idade, Cidade Velha
No rosto as linhas aparecem
Como as espinhas que brotavam
Na adolescência já quase esquecida
A pele começa a dar os primeiros sinais de desgaste
E a memória também
A perda gradativa dos cabelos
E o medo de não mais tê-los
E de nem chegar a vê-los
Embranquecidos em minha cabeça:
Crescem as entradas
E poucas são as saídas
O espelho me compara com o meu pai
São Paulo envelhece
Amadurece as maçãs do rosto
No rosto ainda verde
Acelera a lentidão do corpo
Com o corpo ainda disposto
A encarar grandes andanças...
[Anderson Lopes]
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Dureza hein... É a vida.
ResponderExcluirMuito bem retratada essa passagem do tempo...
ResponderExcluirUm abraço!
Olá querido poeta e amigo, antes de atravessar este portal que nos conecta, estava indo ao barbeiro, que corta meu cabelo há muitos anos, enfim, pensava em pedir para ele radicalizar de alguma forma rs, pois eles ficariam brancos e fatalmente cairiam...foi muito bom ler teu poema, e ele sendo tão real e sincrônico com o que sinto, e penso. Acho que busco isso na poesia, e tu me dá um banquete. Adorei teu poema anterior, aquela boca linda da Gal, cheguei a esboçar um comentário, mas sou meio lesado, e perdi, enfim...mas este poema foi muito intensa a minha sintonias com ele. Adorei.
ResponderExcluirps. Meu carinho meu respeito meu abraço.
não conheço pessoa blogueira mais cosmopolita do que vc!
ResponderExcluirvc é O retrato urbano!
oi, Andersen!
ResponderExcluirO tempo é implacável com as "coisas" e com as pessoas.
Você é um excelente escritor.
Beijos da Luz, com carinho.
Afetos e Cumplicidades
O corpo urbano é um corpo vivo.
ResponderExcluirO espelho, esse amigo/inimigo não deve ser levado muito a sério. Meu abraço.
ResponderExcluirBelíssimo! Envelhecer na cidade - envelhecer na idade. Seguindo o blog!
ResponderExcluirUma bela metáfora entre nós e a grande São Paulo..
ResponderExcluir....tudo na vida envelhece, amadurece, desgasta, muda.
Beijos.
Um belo poema, querido.
ResponderExcluirAssim como nós, as cidades também envelhecem.
Beijos.
Lembrei do Ira!
ResponderExcluirTransitório, meu caro, a vida é essa coisa efêmera mesmo.
ResponderExcluirGostei do blog.
qdo estou em sp as maçãs do meu rosto também amadurecem, mas como não sou daí, volto pra casa salvo, sozinho.
ResponderExcluir:)
muito muito envolvente meeeesmo <3
ResponderExcluirExcelente!
ResponderExcluirAcho que a parte bela da vida é isso mesmo, que ela passa. E ninguém melhor que o espelho para refletir essa mudança.
ResponderExcluirMaravilha a escolha de palavras!
ResponderExcluirFeliz semana, amigo.
Abraço.
O passatempo do calendário;
ResponderExcluiré brincar com as datas
e nossas almas (exaustas).
a cidade e o envelhecimento
ResponderExcluiró palavras, ó palavras tuas
beijo
Bonita homenagem :)
ResponderExcluirNostálgico e belo...
ResponderExcluirOi, Andersen!
ResponderExcluirPassando pra saber de você e lhe desejar um excelente fim de semana. O Natal está próximo, né?
Voltarei, depois.
Beijo da Luz.
Há uma nova cidade
ResponderExcluirdentro da cidade nova
que grita,
brinca,
corroi.
Muito bom. A cidade envelhece-nos.
ResponderExcluirO verso envelhece no decaimento do tempo
ResponderExcluirGostei do espaço e da poesia
Abraço