30 de abril de 2012

Diário de Ilusões




Olho atentamente para o espelho
E desconfio de mim
O meu pescoço sustenta uma cabeça que já não me pertence
Penso:
[...]

Eu canto numa praça vazia
As mazelas de um corpo incompatível com a alma
Incomodo os ouvidos mais distantes
Recebo moedas que já não compram nada
Nem mesmo a auforria de minh'alma
Escrava de si

Ando na velocidade da luz
E as horas não passam
Vejo-me congelado num tempo sem registro na história
Invento histórias
Para ocultar verdades sobre mim


Os instantes que a minha mente eterniza são os que eu quero esquecer
Tento me lembrar das coisas boas
E caio de cara no meu vazio
Jogo fora palavras velhas
Arranco as folhas do meu diário de ilusões
Inicio as páginas de um diário novo
E nada de novo me ocorre.

Anderson Lopes

4 comentários:

  1. Braaavo! Que obra de arte, velho! Teus escritos são surpreendentes, vou divulgá-lo no meu facebook.
    "Arranco as folhas do meu diário de ilusões
    Inicio as páginas de um diário novo
    E nada de novo me ocorre." Muito poético!!!

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  2. Sabe, gosto das suas construções. Suas palavras vão montando lugares, e me transposto pra eles. Cuido apenas pra retornar para mim, seja lá o que seja eu...

    #"E caio de cara no vazio", é um verso very hard...

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  3. "Ando na velocidade da luz
    E as horas não passam
    Vejo-me congelado num tempo sem registro na história
    Invento histórias
    Para ocultar verdades sobre mim"

    Li e reli o seu texto , por momentos parecia
    que era eu que estava ali, naquele texto...
    Adorei!!
    Agradeço a sua visita em meu blog, e saiba que
    adorei o seu , de verdade!
    Vou tomar a liberdade de seguir o seu blog
    espero que não se importe...

    Obrigada

    Beijo;))

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  4. - Hugo, valeu pela reação e pelas palavras, meu velho

    - *VerMent, as suas construções são incríveis e me leva a lugares desconhecidos de mim. Obrigado

    -Abraçar o Tempo, fique a vontade.

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